quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Entrevista para a Revista RitmoMelodia - (A Revista que Canta o Brasil)


Forró Xinelo Rasgado Pé de Serra

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A banda “Forró Xinelo Rasgado Pé de Serra” surgiu em 2006. Antes disso, Wellington da Silva e sua esposa, Aurineide, tocavam para amigos e em festas particulares com o nome de “Chamaram Porque Quiseram”. A mudança do nome marca o início do ciclo profissional da banda, que tem origem no Recife – PE. Depois de se encantar pelo instrumento, comprou de um amigo os demais que faltavam para compor um autêntico Trio Pé de Serra.
Wellington é o cantor, produtor e sanfoneiro, teve aulas de acordeom sob a instrução de mestre CamarãoMarcelo de Feira Nova. E Aurineide canta junto com ele. Desde então, o casal contrata os músicos para tocar Zabumba, Triângulo, Percussão e Contrabaixo para apresentar o mais tradicional e legítimo forró nordestino, com trajes regionais ao estilo do Rei do Baião Luiz Gonzaga. São quatro discos gravados, sendo dois ao vivo (um de forró e outro de frevo sanfonado), um DVD gravado ao vivo no pátio da Estação do Cabo de Santo Agostinho em 2013.
Suas influências musicais: Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro, Marinês, Dominguinhos, o multi-instrumentista Sivuca e demais músicos nordestinos.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Forró Xinelo Rasgado Pé de Serra para a www.ritmomelodia.mus.br , entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 24.11.2017:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Aurineide: Nasci no dia 30.09.1965 em Recife – PE.
Wellington: Nasci no dia 18.02.1976 em Recife – PE.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
AurineideDesde criança, mais profissionalmente quando me casei com o atual esposo (Wellington) que já cantava e teve uma banda Rock Pop no passado. Não há na minha família músico/artista.
Wellington: Violão aos 15 anos de idade e com 20 anos tive uma banda de Rock pop, e com 29 anos comprei minha primeira Sanfona/Acordeom.
03) RM: Qual a sua formação musical e\ou acadêmica fora da área musical?
Aurineide: Não tenho formação musical, sou comerciária e Bacharel em Direito.
Wellington: Vigilante de profissão, Produtor cultural curso pela Prefeitura do Recife e cursei cinco meses no Conservatório Pernambucano de música Cavaquinho, seis meses de aulas práticas de Acordeom com mestre Camarão, seis meses de aulas práticas com o professor de Acordeom Marcelo de Feira Nova e três meses de Teoria Musical com maestro Pinheiro.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente? Quais deixaram de ter importância?
Aurineide: No passado Luiz Gonzaga, Marinês, Dominguinhos, Trio Nordestino, Noite Ilustrada, Altemar Dutra, Nelson Gonçalves, Núbia Lafayete.
No presente: Maciel Melo, Xico Bizerra, Nerilson Buscapé, Sivuca, Júnior Vieira, Elba Ramalho, Petrúcio Amorim, Jorge de Altinho. Nenhum deixou de ter importância.
Wellington: No passado: Legião Urbana, Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Sivuca, Trio nordestino. No Presente: Petrúcio Amorim, Junior Vieira, Nerilson Buscapé. Nenhum deixou de ter importância.
05) RM : Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?
Aurineide: A partir de 2006, em uma brincadeira no terraço de minha casa com amigos. Então, não parei e sigo amando o que faço.
Wellington: Em 2006 com um Trio de Forró de nome: “Chamaram porque Quiseram”, criado no terraço de nossa casa. Juntamos a fome com a vontade de comer: Amor e Forró.
06) RM: Quantos CDs lançados, quais os anos de lançamento(quais os músicos que participaram nas gravações)?
Aurineide: Quatro CDs e 01 DVD – “FORRÓ XINELO RASGADO” – PÉ DE SERRA.
O primeiro CD – “LEVANTANDO PÓ” em 2009, PRÊMIO 2012 DE MELHOR CD DE CULTURA POPULAR PELA CRÍTICA DA ACINPE – ASSOCIAÇÃO DOS CANTORES E INTERPETES DE PERNAMBUCO, MÚSICOS: ARRANJOS DE CICINHO DO ACORDEONFOFÃO NO CONTRABAIXO E CAVAQUINHOWELLINGTON NO ACORDEON, ZABUMBA E PERCUSSÃO DE NENEM, BACK VOCAL DE JOANA ANGÉLICA, VOZ DE AURINEIDE E WELLINGTON;
O Segundo CD – “POESIA E CULTURA” em 2011, MÚSICOS: WELLINGTON E MARCELO DE FEIRA NOVARAMINHO na PERCUSSÃO, CHARLES BROW no CONTRABAIXO, CHICO BOTELHO no CAVAQUINHO, BACK VOCAL DE JOANA ANGÉLICA, VOZ de AURINEIDE E WELLINGTON;
Terceiro CD – “A MARCA DO NOSSO FORRÓ” (GRAVADO AO VIVO) em 2014, MÚSICOS: WELLINGTON E TOINHO DO ACORDEONGILMAR na ZABUMBA e no TRIÂNGULO, BACK VOCAL DE HILTON E AMANDA OLIVEIRAHELTON OLIVEIRA na FLAUTA, HILTON OLIVEIRA no BAIXO E GUITARRA, VOZ DE AURINEIDE E WELLINGTON;
Quarto CD – “FREVO SANFONADO” – FREVO FORRÓ E FOLIA em 2017 AO VIVO – MÚSICOS: SANFONA BASE WELLINGTON, ARRANJOS DE LUIZINHO DE SERRA, PERCUSSÃO NINO SILVA E TIAGO ELOI, CONTRABAIXO DE FOFÃO, CAVAQUINHO DE CHICO BOTELHO, BACK VOCAL DE FABI MORENA, VOZ DE AURINEIDE E WELLINGTON;
DVD GRAVADO AO VIVO NO PÁTIO DA ESTAÇÃO NO CABO DE SANTO AGOSTINHO/PE. MÚSICOS: AURINEIDE E WELLINGTON na VOZ, JORGE ANDRÉ NA BATERIA E VOCAL, EDEILDO PITOCO NO ZABUMBA, EVERISTO NO TRIÂNGULO, ZEZINHO NO CONTRABAIXO, BACK VOCAL AMÉLIA.
O perfil musical é Forró/Regional – Música autêntica Nordestina, sendo o último Frevo Sanfonado. As músicas que entraram no gosto do seu público. No primeiro CD “Parte da Minha Vida” (Petrúcio Amorim), No segundo CD “Me liga” (Júnior Vieira e Janilson Santos), no terceiro CD “Amor Sincero” (Geraldinho Lins) e no quarto C “Frevo Mulher” (Zé Ramalho).
07) RM : Como você define seu estilo musical?
Aurineide: Amo cantar o Regional, nossa cultura maravilhosa: forró, xote, xaxado, baião, coco, ciranda, frevo, marchinhas. Amo vê o meu povo cantando e dançando ao som de minha voz, com minhas roupas coloridas meus chapéus, minhas botas, tranças e laços nos cabelos.
Wellington: Um estilo universal e muito moderno mesmo hoje nos dias atuai, estilo que muito me orgulha de ter surgido da nossa Região nordestina.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Aurineide: Não.
Wellington: Não.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Aurineide: De grande relevância, mais tenho outra atividade e não me sobra tempo, mesmo assim gosto do meu jeito de cantar.
Wellington: Muito enriquecedor para todo profissional da música.
10) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?
Aurineide: Elba Ramalho, Maciel Melo, Petrúcio Amorim, Flávio LeandroMaria Bethânia, Marisa Monte, Maria Rita, Alceu Valença, Zé Ramalho, Luiz Gonzaga, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Jackson do Pandeiro, Marinês, Dominguinhos, entre outros.
Wellington: Elba Ramalho, Alceu Valença, Flavio José.
11) RM: Como é o seu processo de compor?
 Aurineide: Não compomos.
12) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Aurineide: Os prós liberdade em fazemos tudo com a nossa cara, repertório, músicos, estúdios, local, figurino…
Wellington: Prós: Fazer o trabalho do nosso jeito. Contra: o custo de manter a carreira fica alto sem patrocínio.
13) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira musical dentro e fora do palco?
Aurineide: Não pagamos para tocar e ponto final. E quando podemos nos apresentamos nos beneficentes e/ou festa para amigos. E fora dos palcos procuramos mostrar o nosso melhor, não só como artistas, mais como pessoas que respeitam as outras.
Wellington: Estratégia é também continuar melhorando a cada dia mais nosso trabalho, acreditando em reconhecimento profissional no futuro.
14) RM : Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?
Aurineide: Mantemos um padrão de figurino tipicamente nordestino: chitas, coloridos, chapéus, coletes. E boa apresentação no palco, repertório bem diversificado cultural.
15) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?
Aurineide: Ajuda as pessoas a conheçam as músicas interpretadas por nós, a vendermos nosso show, sem precisar de produção, gravadoras, não visualizamos nada prejudicial.
16) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia  de gravação (home estúdio)? 
Aurineide: Vantagens são os custos acessíveis para o artista independente, desvantagens, nenhuma.
17) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Aurineide: Mantemos um padrão de figurino tipicamente nordestino: chitas, coloridos, chapéus, coletes, laços, tranças, botas e muita alegria e descontração, boa apresentação no palco, mesmo que bem antes o friozinho na barriga sempre tem.
Wellington: Também procuramos sempre uma apresentação com músicas conhecidas do público, porém com repertório diferenciado, com estilo próprio.
18) RM: Como você analisa o cenário do Forró. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?  
Aurineide: Antigamente davam mais notoriedade aos artistas do forró, hoje já não mais. Não citarei por ética nenhum dos casos, posso cometer erros.
Wellington: Sem comentários.
19) RM : Qual ou quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Aurineide e Wellington: Sivuca, Waldonys e Oswaldinho do Acordeon.
20) RM : Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para o show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?
Aurineide: Bêbado caiu por cima da banda e depois ficou pedindo desculpas de dois em dois minutos. E outra situação: dois senhores vieram por diversas vezes para frente da banda, olhavam para mim e diziam: “Veja como ela é linda”, mais com tom de “enxerimento” e meu marido (Wellington) já estava bufando de raiva (risos).
Wellington: Sabemos quando há respeito, quando é apenas admiração, mais me tive que me conter, afinal é nosso público.
21) RM : O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Aurineide: Feliz com a admiração do público que cantam e dançam ao som de minha voz. Triste com poucas casas de shows, cachês baixos, tempo extensos, bem como a não valorização da cultura.
Wellington: FELIZ em ver que existe muitos admiradores da boa música. TRISTE com a falta de valorização da mesma.
22) RM : Nos apresente a cena musical da cidade que você mora?
Aurineide: Poucas casas de shows, cachês baixos, tempo extensos, bem como a não valorização da cultura.
Wellington: Pouco espaço tanto nas casas de shows e por parte das políticas culturais.
23) RM : Quais os músicos, bandas da cidade que você mora, que você indica como uma boa opção?
Aurineide: Luizinho de Serra, Neném Oliveira, Antonio Paulino.
Wellington: GERALDINHO LINS, ANTONIO PAULINO.
24) RM : Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Aurineide: Algumas, pouquíssimas rádios tocam sem jabá.
Wellington: É limitado. Mas algumas Rádios ainda tocam.
25) RM : O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Aurineide: Que procurem outros meios de sustento, pois é bem difícil viver de música, principalmente forró autêntico e com viés cultural.
Wellington: Hoje se não tiver uma atividade remunerada fora da Música não consegue seguir a carreira.
26) RM : Quais os prós e contras do Festival de Música?
 Aurineide: Prol: a divulgação. Contra: prêmio baixo, que ás vezes não cobre às despesas, principalmente se for fora do nosso Estado.
Wellington: Prol: a mídia. Contra: o custo é maior que a premiação.
27) RM : Na sua opinião, hoje os Festivais de Música ainda é relevante para revelar novos talentos?
Aurineide: Complicado, não tenho conhecimento de revelações.
Wellington: Infelizmente não vejo mais sendo um espaço importante para música.
28) RM : Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Aurineide: Apenas para os que já são famosos, os novos dificilmente, e principalmente o regional, não tem oportunidades, bem como a qualidade não é o mais importante.
Wellington: A mídia está muito capitalizada, então, se tem capital não importa o conteúdo.
29) RM : Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Aurineide: Grande relevância, porém com muita burocracia, muitos papéis.
Wellington: Importante, mas de difícil acesso para as novas bandas.
30) RM : Qual a sua opinião sobre as bandas de Forró “das antigas” e as atuais do Forró Estilizado?
Aurineide: Nada contra, os governos e prefeituras é que devem distribuir melhor os pagamentos dos cachês. E que cultura regional e seus artistas tenham como trabalhar e serem valorizados.
Wellington: Tem que ter espaço para todos, desde que a valorização seja por igual.
31) RM : Quais os seus projetos futuros?
Aurineide: Gravação do nosso 2º DVD com uma estrutura melhor que o primeiro.
32) RM : Quais seus contatos para show e para os fãs?

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